Na indústria do entretenimento, dá-se o nome de humorista aos profissionais do humor, qualquer que seja o meio de comunicação em que este atua. A televisão (Herman José, Jô Soares, Chespirito...), o teatro e o cinema (Charles Chaplin, Buster Keaton, Jim Carrey...) têm um lugar privilegiado, mas também os livros (José Vilhena, em Portugal), revistas e jornais podem ser um terreno fértil para a arte de fazer rir.
O humor pode ser a chave para a compreensão de culturas, religiões, costumes, enfim para toda sociedade no sentido mais amplo. Sendo um elemento vital para a condição humana, o humor disseca a vida e as maneiras da sociedade humana através dos séculos. O riso se transforma através do tempo assim como os costumes e as correntes de pensamento. De época para época, os pensamentos se assemelham ou se diferem, e o humor acompanha essa tendência.
Um Estudo do Humor
Apesar de o humor ser largamente estudado, teorizado e discutido por filósofos e outros, permanece extraordinariamente difícil de definir, quer na sua vertente psicológica quer na sua expressão, como forma de arte e de pensamento. Na verdade, o que é que o distingue de tantos outros aspectos do cômico, como a ironia ou a sátira?
A ironia é uma simulação subtil de dizer uma coisa por outra. A ironia não pretende ser aceite, mas compreendida e interpretada. Para Sócrates, a ironia é uma espécie de docta ignorantia, ou seja, ignorância fingida que questiona sabendo a resposta e orientando-a para o que quer que esta seja. Em Aristóteles e S. Tomás de Aquino, a ironia não passa de uma forma de obtenção de benevolência alheia pelo fingimento de falta de méritos próprios. A partir de Kant, assentando na idéia idealista, a ironia passa a ser considerada alguma coisa aparente, que como tal se impõe ao homem vulgar ou distraído.
Corrosiva e implacável, a sátira é utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação, de forma divertida, para fulminar abusos, castigar, rindo, os costumes, denunciar determinados defeitos, melhorar situações aberrantes, vingar injustiças… Umas vezes é brutal, outras mais subtil.
O humor é determinado essencialmente pela personalidade de quem ri. Por isso, pode-se pensar que o humor não ultrapassa o campo do jogo ou os limites imediatos da sanção moral ou social, mas este pode subir mais alto e atingir os domínios da compreensão filosófica, logo que o emissor penetre em regiões mais profundas, no que há de íntimo na natureza humana, no mistério do psíquico, na complexidade da consciência, no significado espiritual do mundo que o rodeia. Pode-se, assim, concluir que o humor é a mais subjetiva categoria do cômico e a mais individual, pela coragem e elevação que pressupõe. Logo, o que o distingue das restantes formas do cômico é a sua independência em relação à dialética e a ausência de qualquer função social. Trata-se, portanto, de uma categoria intrinsecamente enraizada na personalidade, fazendo parte dela e definindo-a até. É por isso que se diz “Há tantos humores como humoristas.”.
Hoje em dia, o humor (talvez mais a ironia e a sátira) é muito estimado e respeitado, o que se pode verificar pela sua utilização constante na televisão, tanto em publicidade, como em vários programas televisivos. No entanto, não é só pelo prazer que este nos dá, que o humor é apreciado, é também pela sua capacidade de transformar a seriedade da vida em algo que nos é mais fácil aceitar.
“Ludus est necessarius ad conversationem humanae vitae.” – “O humor é necessário para a vida humana.” (S. Tomás de Aquino) Através desta afirmação, infiro que, da mesma maneira que o sono está para o repouso corporal, também o humor está para o repouso da alma. Penso que esta analogia entre o sono e o humor é bastante explícita, no que diz respeito à importância do humor na vida do Homem. É por isto, que o humor é considerado, por S. Tomás de Aquino, um bem útil. Mas, assim como este, também penso que se deve usar o humor constantemente na nossa vida, tendo em atenção que este necessita de um controlo, tanto ao nível do conteúdo, que deve ser moralmente correcto, como ao nível do momento, lugar e pessoas envolvidas.
No entanto, S. Tomás de Aquino considera ainda que o humor pode ser um vício por excesso, ou seja, por falta de controle e medianiedade no uso deste. Aqueles que exageram no brincar tornam-se inoportunos, por quererem fazer rir constantemente, ao invés tentarem não dizer algo imoral e mesmo agressivo para com aqueles a quem a “brincadeira” é dirigida. O humor pode também ser um vício por ausência deste. Aqueles que carecem de humor, irritam-se com os que o usam e tornam-se “frios” e distantes, não deixando a sua alma repousar pelo uso do humor. Como no meio é que está a virtude, aqueles que usam convenientemente o humor, têm a capacidade de converter as coisas que se dizem ou fazem em riso.
Alguns humoristas
Brasileiros
- Agildo Ribeiro
- Ari Toledo
- Bruno Motta
- Casseta & Planeta
- Chico Anysio
- Diogo Portugal
- Costinha
- Emil Rached
- Fernando Ceylão
- Francisco Milani
- Hermes e Renato (Adriano Pereira, Bruno Sutter, Fausto Fanti, Felipe Torres e Marco Antônio Alves)
- Jô Soares
- João Kleber
- Juca Chaves
- Nilton Pinto e Tom Carvalho
- Oscarito
- Pânico
- Paulinho Mixaria
- Paulo Bonfá e Marco Bianchi
- Paulo Silvino
- Renato Aragão
- Simplício
- Tiririca
- Tom Cavalcante
- Autores e Chargistas
- Borjalo
- Chico e Paulo Caruso
- Luís Fernando Veríssimo
- Maurício Ricardo
- Millôr Fernandes
- Maniu A Vomvê
- Portugueses
- António Rolo Duarte
- Bruno Nogueira
- Edgar Gonsalves Preto
- Fernando Rocha
- Herman José
- José Diogo Quintela
- José Vilhena
- Júlio Pinto
- Marina Mota
- Miguel Góis
- Ricardo Araújo Pereira
- Tiago Dores
- João Seabra
- Hugo Sousa
- Miguel 7 Estacas
- Maniu
- Outros
- Bill Cosby
- Cantinflas
- Chespirito (Roberto Gómez Bolaños - Chaves)
- Heinz Erhardt
- Jerry Lewis
- Jerry Seinfeld
- John Cleese
- Pompín Iglesias
- Paul Morgan
- Pex
- Richard Pryor
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